segunda-feira, 30 de abril de 2012

Mudança vai, mudança vem...

Com toda certeza meu blog é a prova viva de que nossa vida é cheia de mudanças. Consequentemente a nossa mente e também o corpo acabam sofrendo pequenas/gigantescas alterações. O que ontem era um pesadelo, hoje realmente não faz sentido e, por mais que tenha se passado pouco tempo, me sinto encerrando um ciclo. Postar sobre amor, desamor, rebeldia e uma certa ingenuidade e fragilidade não me adianta mais. Com os 12 eu brincava de boneca, com os 15 eu cai na maior tentação do planeta terra: me envolvi com homens (guri, menino, moço, porque convenhamos, né..) e com os 17 postava por aqui, com o objetivo de afastar tudo aquilo que me incomodava de certa forma. Só 2 anos e eu já me sinto nova, em folha. Agora eu trabalho, mudei de casa, cidade e estado 2x em menos de um ano e sucessivamente conheci o outro lado da ''coisa''ou pelo menos metade dele. Fui jogada no meio de um batalhão de gente desconhecida, que tentava me passar uma rasteira mais ao mesmo tempo me incentivava muito, mesmo. Lugar de calmaria e em um piscar de olhos eu acordava na faixa de segurança, tentando não morrer atropelada por tantos carros, ônibus, motos, caminhões. As vezes afirmava pra mim mesma: ''Da onde eu vim, não tinha tanta coisa estranha e suja, como tem por aqui.'' Na verdade o interessante de mudar não tem nada de interessante a não ser a vontade desesperadora de voltar pra casa, voltar para os amigos, cachorro, papagaio e tudo que quando antes parecia comum e tedioso, hoje a gente daria uma mão, não, um braço inteiro pra ter de volta. Não digo que aprendi, não aprendi nada, até porque não aconteceu nada de anormal na minha vida (se comparado à pessoas que com a minha idade, realmente viveram mais coisas do que tipo, minha avó já viveu.) Mas também pelo outro lado, muitas pessoas que eu conheço, fizeram os 2 anos servirem pra nadaxnada, continuam frequentando os mesmos lugares, com os mesmos papos e com os mesmos pensamentos, como em uma grande bolha de ar. Pode soar meio grosseiro mas sendo assim... TÔ DIFERENTE PRA CARALHO! Não digo que a distância me ensinou sobre pessoas e momentos da vida, talvez se eu estivesse ficado no mesmo lugar, iria aprender do mesmo jeito, só que de forma lenta e com a probabilidade de ferrar com tudo N vezes. Mais também vou ser boazinha e revelar que ela me trouxe pessoas maravilhosas e que por incrível que pareçam estavam o tempo todo ao meu lado, sem eu perceber. Como também manteve algumas que só me provaram o quanto sou sortuda por te-las comigo desde sempre e também como eu tava precisando dar uma reciclada em uma certa galere, néam. Nesse exato momento me sinto quando eu chegava de certa noite com os amigos, e corria no ''Palavras ao Vento'' à procura de um texto que resumisse minha noite com palavras bonitas, mesmo deixando transparecer o lado triste, ou vice versa. Porém agora, resumo um pouco dos meus pensamentos nesse tempo que fiquei ''fora'' e, lembrei rapidamente daqui quando tive a necessidade de descarregar esse monte de blablabla em algum lugar, que por sorte (sorte mesmo) não tinha me esquecido do login e senha. Me sinto bem obrigada, apaixonada e re-re-re-começando a minha vida, procurando certa estabilidade e futuro profissional, que espero encontrar em breve. Tô louca pra me aposentar! Ironias a parte, quem sabe eu não viro jornalista e daqui uns sei lá, cinco ou seis anos volto pra revolucionar essa bagaça ou pagar uma nota pra criarem um site foda pra mim, com um puta Logotipo e uma foto minha bem grandona?! Da vida eu nem espero, só mando vir.

E como já dizia a Marisa Monte: ''E até a próxima, e até a volta e até um dia.'' (só não sei se nessa sequência, se bem que dá no mesmo.)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Quarta feira passada, estréia da peça Divã. Termina o espetáculo, os homens saem apressados e se amontoam uns sobre os outros num cantinho do Theatro São Pedro, como se ali estivesse acontecendo uma exposição clandestina com fotos de mulheres nuas. Mas não há mulher nua nenhuma. Ali há uma televisão à frente da qual eles se acotovelam para ver os momentos finais do jogo Inter versus Pumas. Dia seguinte, a dança de Deborah Colker encanta a platéia do Sesi. Assim que os bailarinos encerram a apresentação, as luzes se acendem e os homens arrancam seus celulares dos bolsos com a ansiedade de quem precisar saber se o filho já chegou da missão do Haiti ou se a irmã sobreviveu à cirurgia no cérebro. Logo descobrem o que querem descobrir. E começa o  troca - troca de informações entre seres que nunca se viram, mas que agem como se fizessem parte de uma confraria: ''Um a zero!'' , '' Vão pros pênaltis'', ''Vai dar'', ''Sei não''. Eles ainda nem chegaram ao estacionamento e já não tem a mínima lembrança do que assistiram no palco momento atrás. O Grêmio perdeu. Sério, acho comovente essa devoção. Não é que homens gostem de futebol, é muito mais do que gostar. Eles ampliam seu universo através desse esporte. Tudo o que se diz, preconceituosamente, que um homem não é, ele é, desde que seja num estádio ou em frente à tevê. Ele se emociona, chora, festeja, pula, abraça, faz festa, se desespera. Dá um salto mortal sem nunca antes ter dado uma cambalhota. Extravasa - se. Solta no berro todas as injustiças acumuladas na semana e fica com o semblante abobalhado diante de um drible, como se estivesse assistindo ao vivo o jogo de pernas da Juliana Paes. Ele é tudo, menos um insensível. Outra coisa: dizer que homens não têm boa memória para datas e acontecimentos importantes só pode ser implicância. Pergunte a qualquer um há quanto tempo não acontece um Grenal, em que dia começa a Copa, qual a escalação do time que ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas de 2004, e ele acertará as duas primeiras perguntas, engasgará na terceira, quando então se dará conta da pegadinha: a seleção masculina não se classificou para disputar os jogos de Atenas. Não trucide o coitado. A meu ver, todos os gols do Fantástico são iguais entre si e iguais aos que foram mostrados em 1979, 1985, 1994, mas quem sou eu? Apenas uma mulher. No entanto, não é por ser mulher que vou fazer coro com aquelas que vivem reclamando de seus maridos e namorados por causa da segunda paixão deles. Segunda paixão, sim. A primeira é a mulherada. Visualize a cena: vários homens dentro de um teatro enquanto seu time está lá fora jogando. Se existe prova de amor maior, não conheço.


29 de Março de 2006 - Martha Medeiros. (Trecho da crônica ''Doidas e Santas'')

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Como será a nova namorada dele?

Aí terminaram o namoro. Tu ficaste meio magoada, ele se sentindo culpado, mas deram meia volta, volver e cada um tomou seu rumo. Passaram - se uns dias e surpresa: ele tem nova namorada. Claro que tu foste a primeira a saber, tuas amigas fizeram questão de te contar, afinal, te adoram. Tudo bem, tudo bem, que eles sejam felizes. Tudo bem uma pinóia. Tu já arrancaste todas as cutículas com a boca. Tá se mordendo para saber como é tua rival. Mais bonita? Mais feia?
Caiu aqui: tu vais odiá- la do mesmo jeito. Digamos que ela seja mais bonita. O cabelo mais bonito. O corpo mais bonito. E ainda por cima o nome dela é Paula e tu és Ludislene. Enfim, o cara te trocou por uma gataça. ''Que deve ser burríssima. Que deve ter mal hálito. Que deve ser sofrível na cama. E ele, francamente, tem titica de galinha na cabeça. Coisa mais fora de moda dar valor para aparência. Tá se achando o rei da cocada preta com essa zinha com quem anda desfilando. E que deve corneá-lo, ninguém duvide. É muita areia pro Corsa dele. Essa aí em dois toques vai estar trocando ele por um Audi, aí ele vai descobrir que ela não vale a folha de alface que come, essa anoréxica.''
Então digamos que seja mais feia. O cabelo mais opaco. O corpo só tem frente, não tem verso. Ligeiramente manca. ''Put'z, deve ser um avião na cama. Deve recitar Baudelaire de cor e salteado. E deve adorar aipo, que ele também venera. Mas se já é sem sal agora, vai embagulhar totalmente quando engravidar. Vai engordar para todo o sempre, nunca mais se recupera. Vão ficar os dois discutindo Jorge Luis Borges e se entupindo de panqueca de banana. Vão viajar para lugares exóticos para combinar com o rosto dela. Caramba, porque ele nunca me disse que gostava de mulher inteligente? Eu poderia ter lido toda obra de Tolstói em vez de perder tempo malhando.''

Se for mais bonita ou se for mais feia, pouco importa. Não és tu, e é isso que dói.

domingo, 10 de abril de 2011

Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas.. Me queira bem. Estou te querendo muito bem neste minuto. Tinha vontade que tu estivesses aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas. Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para ti, para mim.

terça-feira, 5 de abril de 2011

“Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.”

sábado, 19 de março de 2011

Este silêncio é assustador. Não porque talvez ele não seja necessário, mas porque mesmo sendo necessário, ele machuca. E ando muito ferida pra suportar um pouco mais de dor. Então eu queria que alguém me dissesse que vai ficar tudo bem, sabe? Porque esta incerteza toda tem me desnorteado demais. E uma ansiedade aguda toma conta de mim minuto a minuto. E ainda há a saudade. E mesmo que as previsões sejam positivas, tudo ainda me parece tão longínquo! E estou com pressa, e sede e fome demais. Percebe como minhas palavras estão respirando com dificuldade? Então eu te peço pra não me deixar tão sozinha assim nesta fase. Mesmo que haja sol e as ondas vão e venham incansavelmente me lembrando do movimento da vida, a sua voz me faz tanta falta quanto uma brisa. Não que tenha me faltado companhia, mas em algum momento o abraço termina porque as pessoas têm as suas vidas. E ainda, o barulho das cidades têm me incomodado tanto quanto este silêncio denso. Então eu fico sem saber pra onde ir. E fico tão sonolenta e encolhida no meu canto até que alguém venha me abraçar novamente. E às vezes esse socorro demora tanto por causa da minha necessidade sempre tão urgente de tudo. De paz. Por não querer sufocar ninguém, fico aqui, sufocada.

Só estou te dizendo estas coisas porque acho estranho você não ter a menor curiosidade em saber como tenho me sentido. Depois de tudo. Porque não existe um segundo sequer em que eu não pense e queira saber e deseje que você esteja bem. Só isso.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Era sábado à noite, quase verão, pela cidade havia tantos shows e peças teatrais e bares repletos e festas e pré-estréias em sessões de meia-noite e gente se encontrando e motos correndo e tão difícil renunciar a tudo isso para permanecer no apartamento lendo, espiando pela janela a alegria alheia.
Combinamos que não era amor. Escapou ali um abraço no meio do escuro. Mas aquilo ali foi sono, não sei o que foi aquilo. Foi a inércia do amor que está no ar mas não necessariamente dentro de nós. A gente foi ao cinema, coisa que namorados fazem. Mas amigos fazem também, não? Somos amigos. Escapou ali um beijo na orelha e uma mão que quis esquentar a outra. Aí teve aquela cena também. De quando eu fui te dar tchau só com a manta branca e o cabelo todo bagunçado. E você olhou do elevador e me perguntou: não to esquecendo nada? E eu quis gritar: tá, tá esquecendo de mim. E você depois perguntou: não tem nada meu aí? E eu quis gritar: tem, tem eu.