segunda-feira, 27 de setembro de 2010

"Por vezes a minha dor é esmagadora, e embora compreenda que nunca mais nos voltaremos a ver, há uma parte de mim que quer agarrar-se a ti para sempre. Seria mais fácil para mim fazer isso porque amar outra pessoa pode diminuir as recordações que tenho de ti. No entanto, este é o paradoxo: Embora sinta muitíssimo a tua falta, é por tua causa que não temo o futuro. Porque foste capaz de te apaixonar por mim, deste-me esperança, meu querido. Ensinaste-me que é possível seguir em frente com as nossas vidas, por mais terrível que tenha sido a nossa dor. E à tua maneira, fizeste-me acreditar que o verdadeiro amor não pode ser negado.''
''Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você, eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas, e pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?"

domingo, 26 de setembro de 2010

''É tua incoerência que me faz esperar. Essa espera por um lapso de mudança ou qualquer outra manifestação que me faça crer que minha e tua casa serão, um dia, a mesma.''
(..) Eu quero saber meu problema. Mesmo. Você me conhece há dez anos. Você, sempre que me encontra, deixa claro: “se precisar de alguma coisa, qualquer coisa”. E eu agora to precisando. Quero saber qual é o meu problema. Onde eu tô errando? Ele então respirou profundamente. Se ajeitou na cadeira. Desligou seus cinco celulares pra não ser interrompido. O grande momento havia chegado. Ele poderia me dizer tudo aquilo que ficou entalado em sua garganta. Aquilo que eu nunca permiti verdadeiramente que um homem ou qualquer pessoa me dissesse. Eu não estava contando uma história e pedindo conselho. Eu estava pedindo pra que me dissessem “o problema”. Eu estava pedindo ajuda ao homem mais maduro e vivido e esperto que eu conhecia. Ele então olhou com sua cara de águia míope pro garçom “não me interrompa agora caso tenha amor pela vida”. E pegou na minha mão. E apertou minha mão. E ficou muito sério. É agora, eu pensei. O único homem que realmente poderia me ajudar. Isso vai mudar a minha vida. Vai, fala logo. E ele se aproximou e disse, bem devagar, e baixinho, no meu ouvido: “não olha agora, mas o cara da mesa ao lado é igualzinho o Shrek”.
Nós nunca vamos casar, ele nunca vai conhecer meus pais e eu sei que divido o seu amor com as garotas pagas. Não tem ilusão, não tem meiguices, não tem roupinha rosa com babados. É preto no branco. É sofrimento puro. É o pior namoro do mundo. Mas como diria minha mãe “quando essa menina decide uma coisa...”.
"...Agora ninguém mais abusa da minha alma pelo simples fato de que eu não tenho mais alma nenhuma. Já era, Zé. É isso que chamam de ser esperto? Nossa, então eu sou uma ninja. Bate aqui no meu peito, Zé? Sentiu o barulho de granito? Quebrou o braço, Zé? Desculpa."

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

''Se despedir depois se encontrar sabendo que nunca vai mudar, a condição de estarmos os dois aqui. Fechando os olhos pra imaginar, eu vasculho as caixas do meu tempo tentando achar um dia a mais pra viver com você. Queria tanto te dizer...''

domingo, 19 de setembro de 2010

Pedi pra mãe – Me interna, to infeliz pra caralho.
Aquela velha história do amigo engarrafado me era completamente aplicável, não havia companhia melhor. Porque eu não desejava conversar, pessoas se preocupam demasiadamente e eu não precisava de especulações, conversas enfadonhas e repetir tudo o que estava acontecendo comigo. Não. Eu não quero falar sobre isso. Isso o quê? Se eu tivesse noção do que era... Acontece que esses dias estão tortuosos e eu não desejo levantar-me daqui, a poltrona já adquiriu o formato do meu quadril e a TV me dá o entretenimento necessário para continuar trancafiada aqui. Sossego é o que eu quero. Sabe toda aquela ideologia de que é possível viver sozinho? Pois é. 
Lembro dos sorrisos, das conversas, dos divãs, de tudo…e me dá uma saudade irracional de ti. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas… dizer que te considero.
''Fazia muito tempo que eu não tinha vontade de sorrir para nada nem para ninguém, então era extraordinário que ele conseguisse perturbar assim os cantos de meus lábios.''
”E, de qualquer forma, às cegas, às tontas, tenho feito o que acredito, do jeito talvez torto que sei fazer..”
"Pensei em você. Eram exatamente três da tarde quando pensei em você. Sei porque sacudi a cabeça como se você fosse uma tontura dentro dela e olhei o digital no meio da avenida."

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Alguma coisa em mim, e pode- se chamar isso de “amadurecimento” ou “encaretamento” ou até mesmo “desilusão” ou “emburrecimento”- simplesmente andou, entendeu?

'' Vá em frente e feche as cortinas. Porque do que precisamos é da luz de velas. Você, eu e uma garrafa de vinho, e.. te abraçar essa noite. Bom, nós sabemos que eu estou indo embora, como eu desejaria.. desejaria que não fosse assim. Então pegue esse vinho e beba comigo. Vamos atrasar a nossa desgraça! Salve esta noite e lute contra o amanhecer. O amanhã vem - amanhã estarei indo. Não é fácil dizer adeus. O amanhã vem - para me levar embora. ''
Em apuros não estou só eu, estamos todos nós, meus caros. Romance é o que se persegue pelas esquinas, que foge à luz dos postes, e ele está bem. Em perigo estamos nós, nesse apuro que reside na nossa urgência em vivê-lo. Vivê-lo, mesmo que torto, inacabado, ferido, precipitado, errado, proibido, ou impossível. Vivê-lo de verdade, com intensidade e sem escudos. Como deve ser, e como inevitavelmente é, quando nosso coração nos dá aquela única e inevitável rasteira que nos faz quicar no chão. 


Viver o romance é estar em apuros. Estou vivendo, e não quero ser salvo.
Acordo feliz, nada como acordar triste para não carregar a espera da decepção. Tomo um banho demorado escutando Cake no último volume. Claro que não é para te provocar, você não está lá para ouvir a banda que você tanto odeia apenas porque você tem ciúmes de tudo o que eu gosto, mas é para impor ao mundo que eu voltei, estou única e exclusiva novamente.
Eu também não estou escrevendo pela trigésima vez sobre gostar de alguém. E tentando entender todos os 567 contras e 876 a favor. E tentando metaforizar um cheiro, um olhar, uma frase. E tentando descrever minha dor só para dar a ela algum patamar mais interessante do que a simplicidade de uma simples dor. E tentando supervalorizar minha alegria, só para dar a ela um gosto de vitória como se jamais fosse cotidiano ser feliz. Não posso mais emprestar mistério ao vazio, vida ao oco, esperança ao defunto, saliva ao seco. Não posso mais emprestar meus desejos para que pessoas se tornem desejáveis. E, finalmente, não posso mais inventar amor só para poder falar dele.

sábado, 11 de setembro de 2010


Existem sentimentos e sensações que eu deixo em casa. Deixo problemas para serem resolvidos amanhã, próxima semana, próximo ano, ou nunca. Com o tempo, aprendi que, assim como existem histórias que ficam restritas a um dia, um mês, uma cidade, existem também aquelas outras que teimam em se esconder nos nossos bolsos, quando a gente menos imagina.
''De repente, você se sente cansado de tanto aprender quando, na verdade, você está é cansado de estar rodeado de gente que não aprendeu porra nenhuma.''
"...Aí ele chega, tão lindo. E vai embora, tão feio. E liga, tão bobo. E some, tão especial. E eu morro, ainda que não ligue a mínima. E eu não tô nem aí, ainda que pense o tempo todo em não estar nem aí."
"Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida me enfia pela goela a baixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar." 
''É que eu costumo ver o lado bom, de quem não tem nada a oferecer.''
                                                                                                              

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

''Não faz diferença se você vem amanhã ou não vem. Desisti de esperar por alguém cuja ausência me faz companhia.''

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

''Eu sei que sou exatamente o que 98% dos homens não gosta ou não sabe gostar (apesar de eles nunca me deixarem em paz). Eu falo o que penso, abro as portas da minha casa, da minha vida, da minha alma, dos meus medos. Basta eu ver um sinal de luz recíproca no final do túnel que mando minhas zilhões de luzes e cego todo o mundo. Sou demais. Ninguém entende nada. E eles adoram uma sonsa. Adoram. Mas dane-se. Um dia um louco, direto do planeta dos 2% de homens, vai aparecer. " 
''São tantas as coisas que eu queria te falar e contar. E eu sigo fantasiando que você entende tudo e melhor que todo mundo. E isso acaba comigo mas, ao mesmo tempo, me tira um pouco da chatice burra e apática de sempre. E então, me vem a ideia de realmente te contar as coisas. E por isso escrevo. Porque se você entra aqui pra ler é você que, com todo o meu amor que você nem imagina, consegue sentir como sendo seu.(..)não me esquece, por favor. Eu nunca vou esquecer você. Eu não soube o que fazer com você, mas sei o que fazer com o não você. Isso eu sei fazer e faço bem. Lembrar que era terrível e incrível. Terrível, como poucas (ou nenhuma) coisas foram. Mas absolutamente incrível.''
''Ele simplesmente não me vê. E isso. Ah, e isso me deixa mais a fim ainda desse sujeito. Como eu curto um ser desgraçado que caga pra mim. Que faz rir mulheres medonhas e ignora a existência daquela mocinha tão cheirosa e dadivosa. Com capacidade e intenção de tratá-lo como um rei espanhol e suas mil súditas. E eu fazendo o papel de mil. Sem cansar jamais. Ou cansando assim que ele me olhar.''

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O telefone tocou. Então uma voz que eu não ouvia há um tempo - duas semanas - tão inesperada que quase não a reconheci (mas como poderia esquecê-la?), uma voz amorosa falou meu nome, trocamos algumas frases. E logo depois, o silêncio reapareceu, como se a ligação já estivesse caido e só restasse o bipe, que surge depois do tchau. Falou que se eu quisesse falar com ele, tudo certo. Esperava mais, falei insegura ''tu que sabe''. Desligou. Fiquei uns segundos esperando, como se fosse só um silêncio e aquela voz amorosa, que me fazia sentir tanta saudades dissesse: ''Eu estava brincando. Estou com saudades, quero concertar as coisas''.


(Por mim)
Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais - por que ir em frente? Não há sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou "quase" certo que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu "quase" tenho certeza que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros! Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor. Talvez loucura, medo, eu diria covardia, loucura quem sabe!
" Não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais auto destrutiva do que insistir sem fé nenhuma? Ah, passa devagar a tua mão na minha cabeça, toca meu coração com teus dedos frios, eu tive tanto amor um dia."
"Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesma forma -, você está quase sempre perto de mim, quase sempre presente em memórias, lembranças, estórias que conto às vezes, saudade..."
''A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos?''

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

“Se alguém me perguntasse eu não conseguiria explicar. Faltam palavras, descrições, canções. Falta tanta coisa para sentir o que um dia sentimos. Falta coragem de assumir, coragem de esquecer, coragem de fazer diferente mesmo quando o que se sente continua igual. E hoje, ao pensar no que escrever eu só consigo me lembrar de uma frase: ”Te amo, eu te amo..” E sei que tu vai ler, e vai me dizer que leu e vai me perguntar se era pra ti. E mais uma vez vai me dizer que não quer me machucar. E eu vou entender. Não vou cobrar nada porque já fomos longe demais. E no fundo eu só quero que tu guardes um pouco mais. E que daqui a muitos e muitos anos nossa memória consiga se lembrar dos nossos jeitos, sorrisos e momentos. Que o tempo nos permita alguns reencontros sem culpas porque é bom sentir sempre mais uma vez. Porque mesmo a gente voltando para outros abraços só o nosso valerá a pena.”
''Quero que saibas que me lembro, queria até que pudesses me ver, és parte ainda do que me faz forte, pra ser honesto só um pouquinho infeliz... Mas tudo bem, tudo bem, lá vem, lá vem de novo, acho que estou gostando de alguém... e é de ti, que não me esqueci!"
"Cada um de nós imerso em sua própria arrogância, esperando por um pouco de afeição. Hoje não estava nada bem, mas a tempestade me distrai."
"Não estou mais interessado no que sinto, não acredito em nada além do que duvido. Você espera respostas que eu não tenho mas, não vou brigar por causa disso. Até penso duas vezes se você quiser ficar."
''Senti saudade, vontade de voltar. Fazer a coisa certa: aqui é o meu lugar. Mas sabe como é difícil encontrar a palavra certa, a hora certa de voltar. A porta aberta, a hora certa de chegar. Eu que não fumo, queria um cigarro. Eu que não amo você, envelheci dez anos ou mais nesse último mês. Eu que não bebo pedi um conhaque, pra enfrentar o inverno que entra pela porta que você deixou aberta ao sair.''
''Lembrar você, me faz acreditar que eu posso te esquecer. E qualquer outro dia quando tu me ver, não venha me chamar. Eu deixo tudo pra você, já que eu não quero mais, eu deixo tudo pra você, já que levou minha paz..''