quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

''E escrever, que sempre foi a única coisa que adiantava para os dias passarem menos absurdos, já se tornou algo ridículo. Escrever sobre você de novo? De novo? Tenho até vergonha. Nem eu suporto mais gostar de ti.''

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ligue, ligue, ligue, ligue, ligue para mim. Diga, diga, diga, diga, diga que me ama, que eu não vou mais implorar, se quer saber, deixa estar. Digo que não ligo, mas não vivo sem você. Eu falo, não me calo, tiro sarro só pra ver se eu consigo despertar o seu amor. Deixa estar! Eu sei, que na verdade eu não consigo entender o nosso amor, que o teu silêncio fala alto no meu peito e que nós dois, estamos juntos na distância. Discrepância do destino! Sei que fez um mês entre vocês, de união. Pouco, muito pouco, quase nada, nesta estrada você está na contramão. E a solidão, deixa estar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011


 Fico só querendo te dizer de como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, de como eu olhava o relógio e andava de lá pra cá sem pensar definidamente em nada, mas não, não é isso, eu ainda queria chegar mais perto daquilo que está lá no centro e que um dia destes eu descobri existindo, porque eu nem supunha que existisse, acho que foi o fato de partir que me fez descobrir tantas coisas.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Uma coisa, é certa. Duas, não. Um nada que tem tudo. Um corpo mudo, que não tem o que dizer. Mais uma noite, duas ou três. E o que eu penso, sempre fica pra depois. O mais difícil, era esquecer só um momento que não lembrava os dois.

sábado, 1 de janeiro de 2011

O amor, o que você fez com ele? Colocou na máquina de picar papel? Reaproveitou a folha pra escrever atrás? Reciclou? Remarcou pra daqui dois anos? Cancelou? É o amor que vai fazer você ser isso tudo e não isso tudo que você usa pra dar essas desculpas pro amor. Porque quando eu sentei no cantinho da cama e você leu seu livro de poesias de quando era criança. Porque quando você ficou nervoso porque queria me dizer que naquele minuto não estava me amando porque você acha que amor é isso além do que você pode. Amor é só o que você já estava podendo. O que você fez com esse pouco que virou nada? Com o muito que poderia virar? Eu aleijada, engessada, roxa, estropiada, quebrada, estou na porta, esperando você, por favor, me ensina, o que fazer, vou fazer o mesmo com o meu. Vou mandar junto com o seu. Nosso amor pro inferno, longe, explodido, nada. E a gente almoçando em paz falando sobre o tempo e as pessoas escrotas e o filme da semana. Bela merda isso tudo, bela merda você, bela merda eu, bela merda todos os sobreviventes que riem e fazem suas coisas e almoçam e falam de filmes. E por dentro o buraco gigante preenchido por antidepressivos, ansiolíticos, calmantes, cervejas, maconhas, viagens e mais reuniões. Pra onde foi o amor? Pra onde vai o amor? O que você fez com o seu? Deu descarga? O que eu faço com o meu? (…) Me sinto enganada por anjos. Me sinto inteira uma enganação. Respiro mentiras. Visto desculpas. Ajo disfarces. Porque a gente estava sim se amando mas você correu pra levantar antes a bandeira do “se fudeu trouxa, o amor não existe”. Justo você que eu escolhi pra fugir comigo das feiúras do mundo. Porque você me emprestava a mão dormindo e pedia colo vendo tv e queria me fazer camarões fritos e escondia as meias suadas quando eu chegava antes do que você esperava. E você me perguntava o tempo todo se eu percebia como era legal a gente. E então, só pra fazer parte da merda universal de toda a bosta da vida, você se bandeou pro lado do impossível e se foi e me deixou como louca. (…) E tudo ficou feio, até você que é lindo ficou feio. E eu quis me fazer cortes. Porque viver é difícil demais. E todo mundo me olhando, rindo, fazendo suas coisas. E daqui a pouco eu rindo e fazendo minhas coisas. E no fundo, abafado, dolorido, retraído, medicado, maduro, podre: onde está o amor? Onde ele vai parar? Onde ele deixou de nascer? Onde ele morreu sem ser? Por que eu sigo fazendo de conta que é isso. As pessoas seguem fazendo de conta que é isso. E por dentro, mais em alguns, quase nada em outros, ainda grita a pergunta.
Que te dizer? Que te amo, que te esperarei um dia na rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de mim? É tão pouco. Não te preocupa. O que acontece é sempre natural - se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra. Penso em você principalmente como minha possibilidade de paz - a única que pintou até agora, “nesta minha vida de rotinas fatigadas”. E te espero. E te curto todos os dias. E te gosto. Muito.